MINISTÉRIO RENASEM SALVADOR BAHIA - RCC

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quarta-feira, maio 27, 2009

A ESPIRITUALIDADE DAS FESTAS JUNINAS



Por Elton Santana
O Documento de Aparecida, fruto da Vª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, apresenta a piedade popular como sendo um local de encontro com a pessoa de Jesus Cristo (DA 258-265). As festas juninas são um retrato da religiosidade popular que expressam a alegria de sentir-se parte de um povo que deseja e busca a Deus com um fervor espiritual que se faz notar na simplicidade, beleza, amor e devoção das comemorações dos santos mais populares do calendário junino, a saber, Santo Antônio (13/06), São João Batista (24/06) e São Pedro (29/06).

As festividades do mês de Junho possuem origem remota e distante: nascidas no continente europeu, mais especificamente na França e, em seguida, na península Ibérica, as comemorações do mês de junho são originalmente pagãs. Os povos antigos aproveitavam o solstício de verão (noite mais curta e dia mais longo do ano) no hemisfério norte para festejar e pedir aos deuses fertilidade nas plantações. O elemento fogo que, no nordeste brasileiro, bem como em outras regiões do nosso país, aparece nas fogueiras do dia 23 de Junho como sinal utilizado por Isabel para avisar a sua prima Maria do nascimento de João é originariamente empregado como fonte de luz e calor que afasta das colheitas os espíritos maus que podiam impedir a fertilidade. No século X, esses cultos são cristianizados pela Igreja.

Os festejos juninos chegam ao Brasil, em período colonial, através dos portugueses. A tais comemorações são incorporados elementos de diversas culturas como a indígena e a africana, fato este que faz com que em cada parte do Brasil, as celebrações dos santos juninos ganhem sabores regionais bem acentuados.
Ver nas festas juninas uma via espiritual, ou seja, um caminho para se chegar a Cristo, é considerar, em primeiro lugar, esses elementos originais de tais festividades e compreendê-los à luz de Cristo: aqueles que se encontram com o Senhor, tornam-se pessoas cheias de vida, luz e calor que exorcizam para longe de si o mal de uma vida estéril, insossa e sem Deus. Neste aspecto, vemos que as vidas de

Antônio, João e Pedro são um verdadeiro sinal da presença de Cristo.
Um segundo caminho espiritual fecundo consiste em lançar um olhar sobre a vida desses santos a fim de compreender a relação que cada um deles estabeleceu com Cristo: João é aquele que empregou a sua vida na preparação do caminho do Senhor através de sua pregação e batismos penitenciais; Pedro, por sua vez, era pescador que deixou sua barca e redes (tudo) para seguir a Cristo. Desejava entregar a sua vida ao Senhor, o negou, arrependeu-se, declarou o seu amor, foi feito rocha e pastor do rebanho de Cristo; Antônio é oriundo de família nobre. Ingressa na vida religiosa e dedica-se aos estudos teológicos e das Sagradas Escrituras. Entusiasmado pelos jovens franciscanos que vão para o Marrocos em missão, decide ingressar na ordem franciscana, passa a ser conhecido por suas exemplares pregações. Em meio popular, é considerado como grande solucionador de questões familiares, por isso, é conhecido como o santo casamenteiro. Neste sentido é curioso o fato de que o dia dos namorados ocorra na véspera do dia do santo português.

É necessário, enfim, que as festas juninas despertem em nós o desejo sincero de ‘imitar’ as atitudes de amor a Deus, santidade, coragem e entrega de vida que são peculiares a estes grandes homens que nos precederam na fé. Deixemos, portanto, que a vida desses santos fale forte ao nosso coração e traga renovado ânimo e entusiasmo a nossa vida cristã!

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