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quarta-feira, maio 27, 2009

Uma palavra sobre o filme: Anjos e Demônios



“Anjos e demônios”: nem lisonjas nem exorcismo. O importante é superar o veneno que confunde “fato” com “ficção”.

Por Pe. Maurício Ferreira - http://pemauricio.wordpress.com/
Não é um costume da Igreja Católica Romana criticar aspectos técnicos deste ou daquele filme, opinar diretamente sobre seu elenco e direção. Tal fato pode ocorrer, mas geralmente é mais fácil encontrar uma crítica feita por alguma figura de relevo do mundo católico. Neste caso, porém, se trata de uma opinião pessoal, mesmo quando elaborada dentro de um contexto mais amplo ou por um membro da hierarquia eclesiástica. Geralmente, as observações emanadas pelos diversos organismos – não oficiais, a exemplo de revistas e sites – são direcionadas aos valores morais e éticos que transcorrem no decorrer e nas conclusões de certas obras cinematográficas. O mundo católico é muito numeroso e abrangente (sensibilidades de diferentes sociedades e culturas) e uma opinião uníssona baseado em “gostos e critérios críticos” é quase impossível e desnecessária. Os valores permitem a pessoa relacionar a mensagem do filme à vida concreta. É aqui que reside a preocupação da Igreja. Uma atenção para além da tentativa de recolher simpatia e elogios da parte do público. Os valores éticos são norteadores, importantes e não são descartáveis como o saco de pipoca consumido ao longo do filme.

A arte cinematográfica, em relação à pintura e à música, é uma arte recente. Talvez, por isso, as questões referentes aos “valores” não tenham tomado relevância proporcional à sua grandeza. Isto não quer dizer que o cinema seja ausente desta preocupação. Todavia, outras questões têm sido mais relevantes para este ambiente. Por exemplo, a sétima arte é, geralmente, muito cara. Exige, nos seus projetos mais famosos, uma grande disponibilidade de recursos; envolve uma gama de profissionais especializados e também recursos tecnológicos de ponta. Todo este conjunto de demandas está associado, entre outros elementos, a uma forte propaganda de determinadas culturas, empresas e opiniões. Este conjunto transforma a sétima arte, mesmo reconhecendo os méritos de sua grandeza, num imponente veículo ideológico no atual mundo globalizado. Basta pensar nas produções de Hollywood, por exemplo.

Todavia, nem todos são capazes de fazer um bom cinema. O público é cada vez mais exigente e é preciso argumentos que atraiam multidões às salas de cinema em todo mundo. Para aumentar estas possibilidades o melhor é juntar um excelente diretor, com um cast de primeira, produtores, financiadores e tantos outros “magníficos” em suas áreas. Mas, sobretudo, é preciso um bom contador de histórias. Em nossos dias, um bom contador de histórias é aquele que sabe juntar os chamados “fatos” com a “ficção”. Este deve ser expert naquela simbiose na qual o fato é apresentado como ficção e ficção é afirmada como fato.

Escolhidos os “mocinhos” e os “malvados”, ficção e fato misturam-se numa velocidade que faz a fronteira entre os dois elementos tênue e quase indistinguível. Para dizer a verdade, poucos conseguem, a este ponto, distinguir uma coisa da outra. É inevitável a pergunta: isso é um perigo ou simplesmente condição da sétima arte?

Esta pergunta é também importante diante de uma obra cinematográfica de grande relevo na atualidade: “Anjos e Demônios”, baseado no livro homônimo de Dan Brown, o mesmo autor do mega sucesso “O código da Vinci”.

Deixarei a crítica da produção, fotografia e elenco por conta dos críticos especializados. A proposta deste blog é discutir as questões mais relevantes, na relação com a fé, impostos por Brown no seu livro, tornado um filme de grande sucesso. Deixarei de lado ainda outra perspectiva: defender o Vaticano. Julgo desnecessário porque o Vaticano é bem estruturado para se defender. Quero, modestamente, oferecer alguns esclarecimentos que facilitem uma postura aberta e crítica a obra referida, ao mesmo tempo em que, os temas referentes à fé e ao catolicismo possam emergir com mais profundidade. Neste caso, uma ajuda (a mais) para distinguir fato e ficção é muito importante.

O cinema é uma arte impressionante. Somos cativados por sua capacidade de fazer e provocar nexos sobre argumentos atuais, resgatar temas antigos e até mesmo de “criar” temas que terminam por envolver mesmo quem não é muito ligado à linguagem cinematográfica. Cada vez mais, assim como o futebol tem milhares de “técnicos”, o cinema tem “críticos” espalhados por cada cinema do mundo.

A partir da próxima semana, portanto, um encontro quinzenal para alimentar reflexões e posicionamentos maduros sobre “Anjos e Demônios”. E a partir desta obra, alcançar outras discussões relacionadas à sétima arte e a fé. Até breve!

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